A Coisa Horrorosa não era nem pra ser uma banda de verdade. Nasceu em dezembro de 2018, quando eu e Manu decidimos abrir o show da Desgraça, em Florianópolis sem consultar a nossa banda (Amarelo Piscante). Como eles não podiam se comprometer com a data (noite de natal, 24/12/2018), chamei meus amigos Fábio Bianchini (guitarra), André Dão (guitarra) e Cudo (baixo) pra completar a banda.


Passamos as músicas pra eles mais ou menos pela internet e ensaiamos uma vez todos juntos pra tocar o show no dia seguinte. Eu lembro de musicalmente ter sido bem ruim, ninguém sabia as músicas direito, mas no geral quem viu tinha curtido muito, acho que mais pela cara de pau de ver uma banda subir no palco sem saber direito o que estava fazendo. Nesse primeiro show a Paula Castro, guitarrista da Amarelo Piscante, subiu no palco de surpresa e tocou duas músicas com a gente.


Depois desse primeiro show eu, Manu e Paula decidimos gravar as músicas que já tínhamos feito como Amarelo Piscante antes de acabar a banda. Depois que a banda acabou a vontade de tocar e fazer música continuou, Manu e Tefo fizeram um show como “Restos da Coisa Horrorosa” em SP. Depois a Coisa Horrorosa começou a abrir todos os shows da Desgraça em Florianópolis, porque era eu quem produzia junto o resto da banda.


Eu não moro na ilha, e acabei indo umas 4x só pra tocar. Toda vez que eu ia eu levava uma música nova e alguém da banda não podia na data por algum motivo, o que me levou a convidar outros amigos e amigas pra completar. Às vezes três pessoas tocam o mesmo instrumento na mesma noite, porque cada um sabe uma música diferente.


Já passaram pela Coisa Horrorosa, além dos citados anteriormente: Dora Hoff (La Leuca), Carol Werutsky (La Leuca), Eduardo Possa (Home, Irmão Victor, Frabin), Conrado Emerick, Elliot Garcia (Eliminadorzinho), Ian Carnavalho (Hate Moss), Gustavo Cabeza, Carlos Costa (Faktura), Danilo Galindo (Amandinho), Jivago Del Claro (John Filme), Fernando Paludo (John Filme), João Pretto (Exclusive os cabides), Antonio dos Anjos (Exclusive os cabides).

Foi nesse contexto de ensaiar pra tocar e alta rotatividade de membros que a gente gravou esse primeiro EP. Em janeiro de 2020 eu fui agraciado com 30 dias de férias remuneradas, que passei em Floripa. Reuni a banda pra abrir pra Desgraça pela última vez, com Dora (baixo), Carol (batera) e Fábio (guitarra). A gravação seria em uma sessão só de 3 horas, o repertório ia ser duas músicas que tínhamos tocado no show (Desempregado e Pela Paz) e mais duas que escrevi logo depois (Tudo Mudou e Ecocídio). Ensaiamos essas músicas por duas horas e no dia seguinte gravamos o instrumental, todo mundo tocando junto, que nem tinha sido a gravação do ep da Amarelo Piscante. As vozes seriam adicionadas depois.

De volta de férias, em SP, eu ainda precisava gravar as vozes. Fui atrás do meu amigo Carlos Costa, que mixou e masterizou o EP da Amarelo Piscante, pra me ajudar nessa missão de gravar e finalizar o EP. Uma semana depois da nossa primeira reunião começou a pandemia e acabou a possibilidade de gravar no home studio dele.


Nesse meio tempo eu tinha mostrado as pre-mix pro Ian Carvalho, que toca na Hate Moss e é uma das cabeças por trás do selo Stock-a records, que se animou muito em lançar. Ele me deu um prazo e me ajudou nesse sentido de terminar isso. Gravei as vozes em casa, com um gravador TASCAM DR-40 que uso para trabalho, e mandei tudo pro Vitor Brauer, que mixou e masterizou. Pra finalizar, chamei o João da Exclusive os Cabides, pra fazer a capa, do jeito que ele quisesse, baseado na experiência dele com a banda.